terça-feira, 7 de novembro de 2017

A noite em que Pokémon contagiou gerações

Ash e Pikachu no mais novo filme da série Pokémon

Quem acompanha este blog sabe que costumo escrever resenhas de análises e primeiras impressões, incluindo lançamentos. Desta vez eu vou abrir uma exceção e fazer um pouco diferente. Sera mais do que isso. Algo mais pessoal. Nos dias 5 e 6 de novembro estava em cartaz Pokémon O Filme: Eu Escolho Você! pelas redes de cinema UCI, Cinépolis e Cinemark. Eu assisti na última exibição. Minha intenção era acompanhar a estreia, mas não deu certo. Confesso que pensei que o filme iria atrair mais adultos do que crianças. Isso porque Pokémon tem bastante fãs das antigas. Ledo engano meu.

Assim que foi sinalizada a fila para a sala 10 do UCI Iguatemi (Fortaleza), corri diretamente para lá. Modéstia à parte, fui o primeiro da fila. Estava esperando desde cedo. Tipo meia hora ou quarenta e cinco minutos antes. Me surpreendi com a quantidade de pessoas que foram assistir e também pela variação de idades. Seria normal isso acontecer com uma exibição de filme da Marvel, da DC ou mesmo de Star Wars. Ora, estamos falando de um animê infantil. E não há nada errado nisso. Tanto crianças como adultos podem sim assistir numa boa. Não existe essa de idade x e y (sem trocadilhos) para assistir um filme voltado para a família. É isso que Pokémon é desde sempre (mesmo que venham aí pseudo-pastores tentar "provar" o contrário com teorias fajutas e lendas urbanas furadas).

Não sou um fã assíduo de Pokémon. Acompanhei a estreia da série no Brasil via Rede Record na manhã do dia 10 de maio de 1999 (coincidentemente, a mesma data de extinção da Rede Manchete). Assistia as duas primeiras temporadas. A partir da terceira, perdi o interesse com o tempo, já que Digimon era minha paixão de adolescência junto com Dragon Ball Z, Samurai X, Patlabor, Yu-Gi-Oh!, Batalha dos Planetas, etc. Vi alguns episódios de temporadas recentes, mas essas nunca me prenderam. Sempre que podia, acompanhava as reprises da Indigo League.

Pokémon O Filme: Eu EScolho Você! não é qualquer filme aleatório da franquia. É o vigésimo da saga de Ash e Pikachu. Além de ser comemorativo aos 20 anos de Pokémon, o longa é o primeiro da série Sun and Moon. Estreou no Japão em 15 de julho deste ano. O Brasil e outros países tiveram exibição limitada nos cinemas. O que chamou atenção foi o simples fato do filme recontar o início de jornada de Ash para se tornar um mestre Pokémon. Há momentos que são impossíveis de não serem lembrados por quem assistiu a série clássica. Porém a maneira de contar é diferente, muitas vezes resumida e tentando passar alguma emoção parecida com o que vimos há (quase) 20 anos. Sem contar com o descompromisso de cronologia, passando por alguns momentos importantes e referências surgindo no meio do caminho.

Misty e Brock não existem. No lugar deles estão Sorrel e Verity. Novos amigos de Ash e também treinadores de Pokémon. Em meio a jornada, o foco esteve na procura de Ash pelo lendário Pokémon Ho-Oh. Aquele mesmo pássaro que apareceu no primeiro episódio. Por outro lado, a Equipe Rocket tentando aprontar e roubar monstros de bolso. Quem gosta do trio Jesse, James e Meowth deve ter se decepcionado por eles terem sido inúteis e terem chances desperdiçadas para tocar o terror quando podiam. Esse ponto negativo não atrapalha, já que o arrogante treinador Cross é, digamos, o vilão principal que também está em busca de Ho-Oh.

Como todos devem saber, a dublagem de Pokémon foi transferida para o Rio de Janeiro há algum tempo. O simpático dublador Charles Emanuel é quem está com a difícil tarefa de substituir Fábio Lucindo, que atualmente mora fora do país e não tem mais a mesma voz que tinha há 18 anos. A qualidade é mediana. Ponto para Sérgio Strern que conseguiu aproximar a sua voz com a de Armando Tiraboschi na interpretação do Meowth.

Foi legal ver uma platéia de todas as idades assistindo, rindo e vibrando com uma boa animação japonesa. Não é qualquer animê. É Pokémon sacudindo mais uma vez o brasileiro. Pude então experimentar uma porção do fenômeno em apenas 1h38 de filme. Tinha criança que manjava do assunto, comentava e fazia comparações com as temporadas anteriores. Entrei um pouco também na conversa e dei meus pitacos. Pra mim era como voltar aos velhos tempos de escola. Nos minutos finais tinha uma criança bem animada que até a frente pra ver o Pikachu de pertinho. É raro ver pessoas esperando até o fim dos créditos para sair da sala. Culpa do efeito do fenômeno Pokémon. Coisa que nem o Thor consegue fazer em cenas pós-créditos e duvido que a nossa querida Liga da Justiça repita tal proeza nas próximas semanas. As emoções foram encerradas com aplausos e ovações como eu nunca tinha ouvido há tempos numa exibição de animê em tela grande.

A última noite de Pokémon: Eu Escolho Você foi digna de estreia e glamour. Não ganhei um card de brinde, mas ganhei uma boa lembrança do momento em que um desenho japonês - ainda subestimado por muita gente que se acha adulto demais para ver esse tipo de programa - contagiou gerações. Independente do espectador ser um fã hardcore ou um curioso leigo. Se o novo filme resumiu principais momentos da série clássica, nós é quem tivemos flashes de uma fabulosa época que não volta mais. Pokémon é homenageado nesse 20º aniversário e quem ganhou presente foi o público.

3 comentários:

  1. Eterno Pokémon, sempre fez parte da minha infância e esse filme vai arregaçar geral!

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    1. As exibições no cinema encerraram ontem, Ranger Hawk. Arregaçou geral, mesmo com uma duração curtíssima. Nos dias 8 e 9 de dezembro o filme será exibido no Cartoon Network.

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    2. Sério!? Então não vou perder essa chance.

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