domingo, 20 de dezembro de 2015

Dublagem fraca de Glitter Force combina perfeitamente com o estilo da série

Smile PreCure, do Japão, agora é Glitter Force no ocidente

Por sinal a Saban Brands quer apostar alto em adaptações americanas de animes (além do tokusatsu Power Rangers). Glitter Force, a versão ocidental da série Smile PreCure!, estreou nesta sexta (18) com o selo Original Netflix (série exclusiva do serviço) e está com os 20 episódios da primeira temporada disponíveis. A segunda só para o ano e com mais 20. Pra quem não sabe, Smile PreCure (ou Smile Pretty Cure!), de 2012, é a nona série da franquia Pretty Cure, produzida pela Toei Animation desde 2004, e coleciona um total de 48 episódios. Seguindo o mesmo esquema anual de Kamen Rider e Super Sentai, as séries duram um ano e quando acaba vem outra pra substituir religiosamente no primeiro domingo de fevereiro na TV Asahi. Atualmente está no ar a série Go! Princess PreCure e em fevereiro que vem será a vez de Maho Gilrs PreCure!.

Os fãs conferiram o resultado da adaptação e já sabiam que haveriam mudanças de nomes e diálogos, como esperado. O que ninguém contava é que a série ganhasse uma dublagem brasileira feita em Los Angeles. As vozes são todas desconhecidas e estranhas. Por incrível que pareça, a péssima qualidade da dublagem está combinando, em parte, com o estilo ocidental passado para a série. Por exemplo, a voz de Emily/Glitter Lucky (Miyuki Hoshizora/Cure Happy no original; Glitter Rosa na dublagem "brasileira") lembra muito aquelas locutoras de propaganda de bonecas como Barbie e My Little Pony da vida. Certamente a escalação da Saban foi para o lado da equiparação a esse tipo de produto ocidental, que faz sucesso entre meninas na faixa dos 4 aos 10 anos.

No Japão, Pretty Cure também faz sucesso com o público feminino, mas também chama atenção do público adulto (inclusive homens). Talvez a perspectiva fora do Japão seja diferente e vá pelo caminho mais fácil: trabalhar apenas com o público infantil feminino como também acontece com os produtos veteranos já citados. Por outro lado, pode ser que com a chegada de Glitter Force as séries Pretty Cure venham a ser mais procuradas em meios alternativos de divulgação e aumente consideravelmente o número de fãs e admiradores, que ainda é pouco no Brasil. Caso faça sucesso, pode apostar que haverá mais Glitter Force após a segunda temporada da contraparte de Smile PreCure! e um afastamento total das versões originais.

Poderia ser uma dublagem mais trabalhada como foi recentemente com The Seven Deadly Sins (Nanatsu no Taizai), que também veio ao Brasil com exclusividade pela Netflix. Mas a tendência é das próximas dublagens da série seguir esse mesmo padrão, considerando a visão econômica da Saban. E isso fomenta ainda mais as discussões sobre original x ocidente e dublado x legendado.

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